A Arte urbana e o Turismo: uma proposta contradiscursiva sobre as práticas artísticas no espaço público urbano e os impactos do turismo
DOI:
https://doi.org/10.52152/heranca.v4i1.351Palavras-chave:
Turismo Cultural, Espaço público urbano, Arte urbana, Desenvolvimento das cidades, Estudos UrbanosResumo
A intervenção artística no espaço público urbano, no uso de um discurso específico sobre arte contemporânea e do exercício de práticas curatoriais, carece de uma identificação com o "lugar" - espaço habitado e vivencial, no qual se criam hábitos - e com a sua envolvente situacional e social, bem como, do reconhecimento de um contexto identitário, histórico e social, subjacente à especificidade do desenvolvimento urbano herdado e sobre aquele que se projeta para o futuro, da pós-intervenção. Não sendo consensual, todas as diferentes perspetivas possíveis, sobre a consideração de hipóteses de uma objetualização da intervenção artística, num sentido utilitário dessa intervenção, é de extrema importância que as mesmas sejam as mais adequadas e de acordo com um referencial histórico e cultural, adequado à especificidade de cada "lugar" ocupado, território de Turismo. Torna-se fundamental contextualizar cada intervenção, tida por artística, com outras práticas discursivas sobre o espaço público, ao nível internacional, mais bem-sucedidas, verificando os impactos, se existentes no turismo e nas áreas conexas. Pretende-se analisar, não só uma "pura" vertente da intervenção artística, no seu enquadramento conceptual e de revisão bibliográfica das melhores práticas em termos da Arte, mas também analisar os diferentes impactos que a mesma produz no turismo cultural das cidades e no desenvolvimento social e humano na sociedade onde está inserida. Concluiu-se que arte no espaço público urbano está intimamente ligada a um discurso político que procura contemporanizar as cidades, de modo a constituí-las como marca global e polo de atração turística. Para isso a arte no espaço público urbano, tem vindo a ser interpretada não pela sua capacidade discursiva, mas pelo deleite estético, não respondendo por isso às reais necessidades de reabilitação urbana quer no domínio arquitetónico, quer no social. Conclui-se que, por hipótese, a arte ao tentar responder às premissas do Turismo, autodetermina-se subvertendo a lógica da sua conceção e em vez de potenciar a inclusão social, poderá tornar-se fator de exclusão.
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